PCB em união aos trabalhadores da educação

quinta-feira, 30 de abril de 2009


Claudio Reis

Em 24 de abril de 2009, o Partido Comunista Brasileiro esteve presente no ato político organizado pela APP-Sindicato/Foz do Iguaçu, em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade. O evento ocorrido na Praça do Mitre, na verdade fez parte de uma paralisação nacional dos trabalhadores da educação, tendo vários pontos de reivindicação.

Entre as cobranças estavam o aumento do piso salarial; a solução dos aprovados no último concurso para a área da educação, mas que foram considerados estranhamente inaptos pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná; a melhoria nas condições de trabalho dos professores, como o aumento das horas para o planejamento das atividades pedagógicas; etc.

Com a presença de aproximadamente 200 pessoas, houve, logo após a concentração inicial na referida Praça, uma caminhada por parte da região central. Momento em que houve panfletagem, antes já ocorrida entre os professores, para convidar toda a população para o evento que ocorrerá em 1º de Maio – dia do Trabalhador.

O PCB apóia não só fisicamente mas também moralmente, todas essas reivindicações dos trabalhadores vinculados à educação, com destaque para aqueles do setor público. Obviamente que os problemas da educação brasileira são muitos e complexos. Passam não apenas por questões salariais ou de estrutura física das escolas, mas também pela pouca participação política dos profissionais envolvidos, etc.

E o interessante é que aparentemente a luta por uma educação gratuita e de qualidade é vista pela sociedade a partir de um forte respeito e legitimidade. Diferentemente de outros movimentos político-sociais que ainda recebem fortes manifestações de rejeição, a luta por uma melhor educação não cria tal reação. No entanto, essa legitimidade é apenas aparente ou, no mínimo, está fundada em princípios equivocados.

Certamente os problemas que envolvem a educação brasileira estão relacionados a inúmeras complexidades. Uma delas está vinculada há um fato ocorrido no evento do dia de hoje. Durante a caminhada dos professores pelas ruas do Centro de Foz do Iguaçu, surgiu o seguinte comentário de um motorista que passava: “Os professores são muito castigados.”

De certo modo, a grande legitimidade que o movimento de defesa de uma educação de qualidade possui no Brasil, perante a sociedade é justamente por isso, isto é, por serem vistos como “coitadinhos”. Como se o fato de lecionar no Brasil fosse um verdadeiro castigo. Esse é um elemento cultural que deve ser combatido pelas forças progressistas que compõem e apóiam o movimento de melhoria da educação no país, pois ao contrário a luta político-social destes trabalhadores nunca será reconhecida e absorvida pela população e até mesmo pelos envolvidos diretamente, da forma como em alguns casos ela se apresenta. Nunca será visto como um movimento crítico e contrário à ordem social e econômica estabelecida. Sempre será entendido como um grupo social que, devido ao permanente suplício, deve ter como obrigação receber para satisfazer suas necessidades toda e qualquer “boa vontade” vinda seja da sociedade, seja do Estado.

É preciso fortalecer o elemento cultural já existente em determinados setores de sua direção política, que é o da profunda crítica ao sistema econômico-social atual. É a partir dessa postura que os professores devem ser respeitados. No âmbito dos inúmeros interesses econômicos e políticos existentes na vida social, não existe espaço para o “coitado”. O respeito deve surgir por meio do caráter combativo e crítico já existente entre os professores. E é justamente este aspecto que PCB defende e busca fortalecer entre os professores.

■ Claudio Reis é militante do PCB.