O PCB no 1º de Maio em Foz

quarta-feira, 27 de maio de 2009




* Claudio Reis

O Dia do Trabalhador foi marcado por inúmeros eventos na Cidade de Foz do Iguaçu. O que mais expressou as reais necessidades dos trabalhadores, porém, deu-se na Praça da Bíblia, organizado por entidades e grupos sociais de fato preocupados com a situação econômica e política atual de todos aqueles que vivem do trabalho.

As entidades presentes foram: APP-Sindicato (Foz do Iguaçu), Casa do Teatro, Conlutas, Guatá – Cultura em Movimento, Intersindical, Sindicato dos Jornalistas (Foz do Iguaçu), PCB (Foz do Iguaçu), PSTU, PSOL e o MST (Movimento dos Sem Terra). Todas se concentram no local referido para expressarem seus pontos de vista sobre a urgência da organização e fortalecimento dos trabalhadores, neste contexto de profunda crise econômica.

O fato do evento não ter conseguido aglutinar um número de pessoas significativo, não foi surpresa – tendo em vista a ainda pouca inserção das organizações contrarias ao sistema atual, entre os subalternos. Para o PCB, na verdade, o mais importante foi ter ido às ruas, colocando em movimento os seus militantes. Prática política pouco desenvolvida em alguns, mas que também entre os mais experientes deve servir como uma forma de colocar em atividade novas perspectivas político-programáticas.

Neste sentido, o momento foi de fundamental importância para ambos. Criar e recriar uma concepção de militante que atenda as especificidades da realidade contemporânea é uma tarefa essencial ao partido revolucionário de hoje. O posicionamento do PCB nas correlações de forças políticas e culturais que estiveram atuando no processo de organização do evento foi de destaque. E isso deve ser pesando detalhadamente pelo grupo, no sentido de compreender os motivos para tal destaque. Força numérica em relação a alguns envolvidos? Organicidade entre os seus militantes?

Independentemente de respostas afirmativas, ainda é muito precoce afirmar que nós fomos hegemônicos neste processo. Ainda é preciso nos afirmarmos como grupo, como partido. Ainda é preciso estabelecermos uma unidade intelectual capaz de nos transmitir a necessária força argumentativa, diante tanto dos opositores estruturais quanto dos aliados. Ainda é preciso dar vida ao debate interno, sincero e democrático, único capaz de nos fornecer os elementos teóricos e práticos fundamentais para os trabalhos futuros.

Sobre este aspecto, o PCB de Foz do Iguaçu ainda está frágil quando comparado a certos partidos e entidades locais que, mesmo em desvantagem em termos de energia prática, possuem uma unidade intelectual de maior precisão. As próximas atividades do PCB devem ter como orientação esse desafio: o de se organizar internamente. Processo que provavelmente será marcado pelas divergências políticas, mas que apesar da complexidade deve apontar para uma síntese programática. Os resultados de tal processo serão determinantes para a viabilidade ou não do partido enquanto instrumento revolucionário de alcance popular.

Não podemos nos perder no emaranhado de questões que marcam a pequena política. É preciso nunca perde vista a grande política, isto é, a construção do novo Estado das classes revolucionarias e a transformação radical da história. Como a mudança profunda da vida social não se dá por meio do divino e nem através de leis naturais, é preciso trabalhar no sentido da difusão da vontade revolucionária entre os explorados pelo capital. Trabalho que enfrentará inúmeras questões políticas e culturais extremamente complexas e delicadas. Problemas centrais que deveram ser debatidos permanentemente pelos militantes.

* Claudio Reis é militante do PCB/Foz do Iguaçu.